segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A Igreja do Século 20 - A história que não foi contada

Muitos cristãos pensam que história da Igreja é assunto só para teólogo. Essa é uma das maiores falácias dentro das igrejas hoje. Depois da Bíblia não existe nada mais importante para um cristão do que estudar a história da Igreja. Se não conhecermos o que Deus fez no passado, como saberemos o que Ele deseja fazer no futuro?

Foi pensando na necessidade da igreja brasileira conhecer sobre o que Deus tem feito nos mais diversos lugares e com as mais diferentes partes do Corpo de Cristo que a Impacto Publicações e Editora dos Clássicos se uniram para publicar a terceira edição do livro “A Igreja do Século 20 – A história que não foi contada”. A obra que nasceu, primeiramente, na sala de aula de um seminário para obreiros em 1989, teve sua primeira edição em 1996 e a segunda em 2002 e hoje, além de nova capa, recebeu nova edição ortográfica e notas editoriais atualizadas.

Escrito por John Walker, e com colaboração de outros autores, a obra está longe de ser um livro exaustivo sobre a igreja no século 20 – sua intenção é mostrar os principais moveres de Deus neste século, além de trazer à tona histórias quase nunca contadas pela maioria dos livros (como a história do Movimento Chuva Serôdia, de Paul Cainn e do Movimento de Restauração na Inglaterra). Outro aspecto interessante é a franqueza e honestidade do autor(es) em passear por movimentos tão diversos e trazer ao leitor uma reflexão sobre o que podemos aprender com cada erro e acerto vivido no passado.

Através de 17 capítulos o leitor poderá conhecer: a história do movimento pentecostal, das grandes campanhas de cura, do movimento carismático, do avivamento entre os católicos, do movimento de discipulado na Argentina e EUA, do avivamento na china comunista, do escândalo entre os televangelistas americanos, do avivamento entre os hippies e muito mais.

Inspirador, “A Igreja do Século 20” já foi lido por pessoas de diversas partes do Brasil. E os resultados são, quase sempre, os mesmos: pessoas são impactadas e inspiradas com os grandes feitos do Senhor no passado, outras passam a reconhecer a mão de Deus em outras partes do Corpo de Cristo deixando cair os rótulos e preconceitos, e outras, ainda, tem seus olhos abertos para a realidade de que Deus está graciosamente restaurando a Sua Igreja para a Segunda Vinda de Cristo.









terça-feira, 2 de julho de 2013

Prefiro os fracos!

Nós realmente não conhecemos o evangelho. Ou, pelo menos, não fomos tocados verdadeiramente por ele. E isso fica muito claro para mim quando vejo alguma “bomba explodindo” e como reagimos diante delas.
Essa semana uma “bomba” invadiu meu facebook. Por meio da rede social descobri que um grande amigo meu, pai de família, cristão e que, inclusive, me discipulou em uma fase da minha vida havia caído em pecado.  Sim, foi assustador ver fotos suas com outra mulher. Aquelas imagens, que foram parar de forma inescrupulosa na internet, comprovavam que ele havia traído a esposa – uma grande amiga minha por sinal.

Quando esse tipo de coisa acontece de imediato as pessoas cospem: “era um falso cristão!”. Ou se indagam: “como isso pôde acontecer?”, ou ficam apenas falando: “não acreditarei mais nele!”, “me decepcionou para sempre”. Independente do que passa na cabeça das pessoas, o fato é que elas não sabem lidar com esse tipo de coisa. Ficamos, normalmente, confusos e perdidos. E isso prova que nós, cristãos, ainda não conhecemos o evangelho de Jesus Cristo.
Confesso que no primeiro minuto que descobri o fato fiquei assustada, no segundo minuto muito triste, mas no terceiro pensei: “isso pode acontecer com qualquer um (até com o homem que está sentado ao meu lado: meu marido)”.

O evangelho fala que o homem é mau
O evangelho que está descrito na Bíblia nos diz que Deus enviou seu filho para salvar pecadores que iam para o inferno. As boas novas de Deus para nós foi a demonstração do seu grandioso amor e sua maravilhosa misericórdia que nos salvou. Mas nos salvou de que? Do inferno? Não somente. Ele também nos salvou de nós mesmo! O inferno não era o grande problema. Nós éramos o grande problema! A Bíblia diz que o homem é mau, um pecador miserável que só sabe pecar desde que nasceu. Mas apesar de nos chamarmos “evangélicos” nós ainda não acreditamos nesta verdade que o evangelho fala.

Temos pregado em nossas igrejas (e muitas vezes até muito mau) só a metade do evangelho. O começo das boas novas fala sobre um homem pecador, em trevas, que não pode se salvar e por isso necessita desesperadamente de um Deus soberano e gracioso.  Por não conhecermos essa parte do evangelho ficamos confusos quando cristãos caem em pecado ou até quando nós mesmo caímos em pecado. Ficamos “decepcionados”. Decepcionados com o que? O que, no cristianismo, nos autoriza a ficar decepcionados com homens? Nada. O evangelho nunca foi uma mensagem sobre o homem, sempre foi sobre Deus.

Um falso evangelho gera falsos cristãos
O problema é que temos pregado um evangelho que põe o foco sobre os homens, sobre a capacidade humana. E isso é uma farsa! O homem é um pecador. Todos nós, sem exceção, somos pecadores. É apenas a graça de Deus que nos transforma e nos mantêm. Logo, se todos somos pecadores porque nos assustamos ou julgamos quando um irmão cai em pecado? Porque nós ainda temos expectativas em homens! E porque amamos apontar o cisco no olho do irmão sem perceber a nossa trave!
Cristãos hoje gostam de se assustar com traição familiar e, de fato, isso é pecado. Mas sexo antes do casamento, falar mentiras pequenas ou grandes, falar mal do outro, fofoca e muitas outras que você faz, também são pecados. Devemos lembrar que quando Jesus se encontrou com a mulher pega em adultério, ele não disse que adultério não era pecado. Ele apenas foi contra a acusação dos fariseus. Pecador acusar pecador não vale!

A fraqueza do homem
Irmãos e amigos, o que eu quero dizer é que quando descobrimos que o evangelho é a boa nova para pecadores nós somos curados. Curados do vício de usar máscaras, de nos mostrarmos fortes. Somos libertos da necessidade de nos mostrarmos fortes enquanto somos fracos.

A base do evangelho é a fraqueza do homem. Enquanto o homem não se mostra fraco, Deus jamais pode demonstrar a sua força. Quando eu leio a Bíblia eu fico certa de que Deus ama homens fracos! Noé foi um homem fraco, Moisés foi um homem fraco, Davi foi um homem fraco e, principalmente, Jesus tornou-se um homem fraco. E esse foi o segredo da cruz: a fraqueza de Jesus liberou o poder de Deus. Então me responda: de onde vem esse evangelho que exalta a força do homem e o ensoberbece?

Por que cristãos caem em pecado?
Não é plano de Deus que cristãos traiam suas esposas ou caiam em pecado. De forma alguma.
Mas então por que essas coisas acontecem?
Primeiro: acontece porque nós nos esquecemos do evangelho. Todos os dias devemos ser lembrados do evangelho: eu sou mau, sou pecador, mas Deus me salvou e está me transformado dia após dia. O fato de o homem lembrar-se que é pecador o previne da soberba, de achar que pode vencer tentações sem Deus.

Segundo: estamos muito sozinhos. A Bíblia diz que não devemos abandonar o costume de nos reunir. Isso não quer dizer “freqüentar um templo” ou “um clube social que pode ter o nome de igreja”. Isso quer dizer ter comunhão, ser fortalecido pela força que Deus tem liberado entre os irmãos. É relacionamento real entre irmãos. Isso inclui: comunhão, confissão de pecado, aconselhamento, abrir a vida, alegrar-se junto, crescer junto.  A solidão espiritual nos enfraquece a ponto das tentações do mundo tornam-se mais atrativas para nós do que o próprio Deus.

E depois que aconteceu?
Em relação ao caso do meu amigo devo contar que ele realmente caiu em pecado, mas antes que tudo viesse a tona publicamente pela rede social, ele já havia confessado para a esposa e se arrependido. Em sua declaração ele se disse um homem fraco, apenas forte em Deus.

Tenho estudado a história da igreja e isso me lembrou uma época na história onde muitos homens de Deus caíram em pecado, alguns em relação a dinheiro, outros poder, e outros na área sexual. Mas o fato é que todos esses homens (de Deus, não do Diabo) caíram porque “a soberba precede a queda”.  Isso me faz concluir, mais uma vez, que Deus prefere os fracos. E mais, eu descobri que Deus não está decepcionado com o meu amigo. Meu amigo se arrependeu e tornou-se um homem fraco, um homem exposto diante de Deus e de todos. E por isso o Senhor poderá aplicar a ele a sua promessa de que “o Seu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.


Para uma boa maioria esse meu amigo se tornará uma pessoa indigna para sempre, mas para mim ele é símbolo da vontade do Senhor nesses dias. Deus ama o casamento e odeia o divórcio. Deus odeia o pecado, mas ama aqueles que se arrependem. Ele foi alguém que não teve vergonha da sua fraqueza e por isso edifica, hoje, imensamente a minha a fé.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

A inocência do Padre Brown


Conheci G. K. Chesterton pelas letras de Philip Yancey. No livro "Alma Sobrevivente" Yancey conta como o escritor, jornalista e crítico britânico influenciou sua vida espiritual e sua carreira jornalística. Eu também já havia lido algumas páginas de seu livro "Ortodoxia" e  percebido como a crítica e o humor trabalham juntos na sua literatura.

Mas foi lendo "A inocência do Padre Brown" que conheci uma das faces mais encantadoras de Chesterton: a da literatura de ficção. A obra que é a junção de diversos contos, expressa o ar da Inglaterra do século de 19 e, envolvendo muitos crimes e mistérios a serem desvendados, usa o Padre Brown (personagem principal) para expressar críticas ao modernismo e elevar a sabedoria dos místicos cristãos.

Padre Brown é um clérigo diferente de todos os outros. Talvez apareça nas obras de Chesterton justamente para isso: para sugerir uma melhor visão sobre a religião e o cristianismo. Enquanto todos esperam que um padre seja do tipo recatado, sem graça, apático ou, até mesmo, burro, Brown aparece como um padre inteligente, humano e esperto. Não é do tipo que fica apenas envolvido com as confissões e pecados de seu rebanho, mas se envolve com todo o contexto que o pecado pode causar: os crimes. Por isso Brown, além de clero é também, por natureza, um fantástico detetive.

Por isso que eu digo que ler Chesterton é uma proveitosa leitura de descanso. Seus contos são escritos com um enredo riquíssimo, além do clima de aventura e suspense, típico inglês, por isso são divertidos, inteligente e faz pensar. O que mais me fez pensar lendo esse livro foi a reflexão que o autor propõe quando mostra um padre se sobressaindo na sociedade por fazer uso dos maiores benefícios que o cristianismo pode ter.

Brown é um cristão autêntico em toda a sua humildade e sabedoria. Por entender muito bem a maldade humana, ele consegue desvendar os criminosos antes de todos. Ele mesmo diz que desvenda os crimes porque se coloca no lugar do criminoso e não é difícil encontrar as respostas, porque se tivesse oportunidade talvez faria o mesmo. Diferente de Sherlock Holmes, Brown é intuitivo e ganha muito com isso.

Por fim é importante dizer que lendo as aventuras do padre de Essex ficamos muito próximos da mente de Chersteton, que ganhava na defesa do cristianismo contra a filosofia barata moderna cientificista .



sexta-feira, 9 de março de 2012

Princípios para o Estudo de História da Igreja

Por Carolina Sotero

Princípio 1: Leitura para a Vida!
O maior motivo para que alguém gaste horas lendo e estudando História da Igreja deve ser o aprendizado para a vida pessoal e coletiva. Acúmulo de informações nunca foi de grande utilidade na história. Então para que este estudo seja edificante, você precisará descobrir (baseado em tudo o que aconteceu no passado) lições para a atualidade. Toda vez que lê algo, pergunte-se “o que posso aprender com isso?”. Traga para a sua vida, para seu contexto de igreja local e, principalmente, para a igreja como um todo.

Princípio 2: Cuidado com os rótulos

Os historiadores costumam dividir a história em épocas e fases, além de nomeá-las para facilitar o estudo e a compreensão do processo histórico. Mas não precisamos, por causa dessas divisões, rotular as pessoas e os movimentos. Nada é perfeitamente definível. Sempre que lermos sobre História da Igreja devemos ter uma visão limpa de não rotular as pessoas e fechar a questão sobre elas. A questão dos rótulos podem ser comumente usados com pessoas, movimentos, instituições e fases da igreja.
Por exemplo: “Carismáticos”, “Calvinistas”, “Arminianos”, “Wesleyanos”, “Liberais”. A maior armadilha dos rótulos é que eles nos impedem de observar diversos movimentos e grupos sem preconceitos. Não quero dizer que não haja grupos ou movimentos heréticos. Eles existem, contudo, por causa do preconceito – que eu costumo chamar de ‘medo’ – deixamos de conhecer aspectos maravilhosos e edificantes de inúmeros grupos, que apesar dos erros, eles conseguiram conquistar.

Princípio 3: Não jogar fora o bebê com a água suja
Eu gosto muito desse exemplo: um bebê dentro de uma banheira com água suja. Muitas pessoas quando leem a História da Igreja descobrem que a trajetória de muitos personagens é marcada por erros e extremos, e o que fazem? Descartam toda sua trajetória. Ou seja, joga o bebê fora por causa da água suja. Isso nunca deve acontecer no estudo de história da igreja, que relata a vida real de muitos homens e mulheres, porque toda a Igreja tem caminhado para maturidade, e o caminho da maturidade sempre é marcado por tropeços. Na verdade, lendo biografias vamos perceber que muitos homens de Deus começaram sua trajetória com uma poderosa revelação celestial, mas caíram em tropeços. Por outro lado, também veremos que muitos homens erraram, mas se arrependeram. Outros não. O que precisamos fazer é
olhar com precisão todos os acontecimentos e delimitar: erros para não repetir e acertos para reproduzir.

Princípio 4: Deus faz questão de deixar registros
Ele deixou o início e o fim da História da Igreja registrado: Igreja Apostólica (Atos) e Igreja Gloriosa (Apocalipse). Conhecendo o passado e o futuro da Igreja fica mais fácil e empolgante viver o presente. Nosso desafio é o presente e o nosso mapa é constituído de registros do passado e profecias sobre o futuro.

O Limbo – Uma Tese Contra o Namoro, a Favor do Casamento

A palavra “limbo” ficou popularmente conhecida por causa da Igreja Católica. Os católicos diziam que aqueles que não se batizaram e não cometeram nenhum pecado mortal (mais especificamente as crianças que morreram antes do batismo) não entrariam no céu, mas ficariam às portas. O termo que significa “à margem” se refere ao fato de alguém, mesmo tendo a alma salva, não ter acesso à plena presença de Deus.

Assim como a Igreja Católica fez uso desse termo para falar de uma posição incompleta, eu costumo dizer que o mundo criou o termo “namoro” para legar, nos relacionamentos, o mesmo sentido. Biblicamente falando, não existe nenhuma fase no relacionamento entre um homem e uma mulher chamada namoro. As fases apresentadas pelas Escrituras são apenas: noivado e casamento. O que também poderíamos chamar de: escolha (incluindo o período de preparo, onde se desenvolve a toda a ‘paixão’) e consumação.

Com as mudanças drásticas na sociedade, principalmente na década de 50, a família foi a primeira a ser afetada, e o divórcio passou a ser comum. Traumatizados com as quebras nos relacionamentos, os jovens decidiram apelar para a falta de compromisso e o namoro se tornou um status, a fase mais desejável entre os jovens. Foi nessa época que os filmes e as propagandas ficaram cheios de cenas de jovens casais, que não eram casados, mas eram felizes e extremamente apaixonados.

O namoro, fruto dessa fase de “quebra de padrões”, é normalmente uma fase de total ilegalidade, o que vai totalmente contra a personalidade de Deus, que só age de forma legalmente compromissada. É extremamente duvidoso que cristãos sintam-se à vontade enquanto vivam essa fase. O Deus que conhecemos na Bíblia é um Deus exageradamente amoroso e misericordioso, mas, também, extremamente fiel.

Essa é uma característica que se sobressai em todas as suas histórias. Seja com Davi, com Noé, com Abraão, com o povo de Israel e até mesmo conosco, ele é fiel às suas promessas e aos seus compromissos. Lendo o Velho Testamento qualquer um verá que ele é um Deus que ama fazer alianças! Na verdade, se hoje existimos e podemos ser considerados seus filhos é porque ele simplesmente não desistiu de nós, e a sua lealdade para com sua própria palavra foi maior do que nossos mais terríveis pecados.

Hoje, vejo que muitos jovens costumam passar anos namorando e parecem muito felizes com essa fase. Eu, particularmente, posso dizer que o namoro representou, de certa forma, os piores dias da minha vida. Depois que escolhi e fui escolhida pelo Angelo (meu marido), vivi um tempo de tensão máxima, antes do casamento. Eu desejava ser totalmente dele, mas, ao mesmo tempo, isso ainda não podia acontecer. Como alguém pode estar bem tendo a pessoa que mais ama de forma incompleta?

A noiva de Cantares, por exemplo, está desesperada para casar. Ela não está nem um pouco à vontade com essa fase, ela não quer nem um pouco ser “a namorada”. A única coisa que ela fala é sobre o casamento, e o que ela mais deseja é que seu Noivo venha e case com ela (Ct 8.14). Como isso é bonito! O livro de Cantares mostra-nos como o casamento, uma real aliança, é algo desejável. Na Bíblia inteira, a maior propaganda que Deus faz é sobre o casamento. Se você a ler por completo, certamente se convencerá que Deus trabalha por meio de famílias, e famílias só nascem por meio de aliança e o casamento é, natural e espiritualmente, a maior das alianças. Não é a toa que Jesus se diz Noivo de Sua Igreja e usa a figura do casamento.

Já o sistema deste mundo, faz muita propaganda do namoro e do sexo sem compromisso. O casamento hoje é algo indesejável e não faltam piadas sobre o assunto. Nesta briga entre luz e trevas, sinto falta de cristãos que mostrem, com suas decisões, o quanto o casamento é bom. Hoje em dia, temos muita falta de bom testemunho sobre o plano de Deus por meio do casamento.

Em Tito 2.3-5, Paulo recomenda às irmãs mais velhas da igreja que aconselhem as mais novas a amarem seus maridos e filhos. Nesses versículos, Paulo está dizendo que é dever das mulheres mais experientes ensinar às mais novas que o casamento é bom, e ser mãe e dona de casa não é um suplício, e sim um glorioso chamado.

Infelizmente não é isso que vemos nas igrejas. Enquanto as esposas reclamam dos maridos e os maridos não aguentam mais as esposas, os jovens continuam namorando – tranquilamente. Por anos a fio, sem nenhuma ansiedade para casar, sem nenhuma necessidade de ir além (“pelo menos, por enquanto”). O que me deixa preocupada, porque só há dois motivos para estarem calmos. Ou anteciparam parte do casamento, iniciando a vida sexual. Ou lhes falaram tão mal do casamento e testemunharam tão contra o plano de Deus através da família que deixaram todos eles com medo da verdadeira vontade de Deus.

“Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher e serão ambos uma carne.” Gn 2:24
“Seja honrado entre todos o matrimônio e o leito sem mácula...” Hb 13:4
“O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho;”Mt 22:2

A Soberania de Deus e a Responsabilidade do Homem na Escola do Cônjuge

Por Angelo Bazzo e Carolina Sotero

Muitos cristãos têm o costume de orar, pedindo a Deus para mostrar quem é o seu “predestinado” ou “predestinada”. Por outro lado, outros – à semelhança de não cristãos – nem ao menos conversam com Deus sobre o assunto e fazem suas escolhas baseadas apenas em seus desejos e padrões sexuais.

Essa realidade mostra que, hoje em dia, a maioria das pessoas dentro da Igreja tem sérias dúvidas e confusões na hora de escolher seu cônjuge. E, em quase todos os casos, podemos ver, além de posições exageradas, uma dificuldade de relacionar as doutrinas bíblicas com as decisões da vida.

Existem duas doutrinas que aparecem em toda a Bíblia que todos nós temos dificuldade de conciliar: a responsabilidade do homem e a soberania de Deus. Cada pessoa, geralmente, gosta mais de uma delas e acaba achando que a outra não é tão importante. Nosso maior desafio é manter a tensão dinâmica entre as duas.

No processo de desenvolvimento da nossa salvação, por exemplo, essas duas doutrinas aparecem maravilhosamente juntas. Em uma de suas cartas, Paulo estimula os filipenses dizendo: “…realizai a vossa salvação com temor e tremor; porque é Deus quem produz em vós tanto o querer quanto o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.12,13). Esses versículos nos mostram dois atos de “realizar”: um do homem e o outro de Deus. Ou seja, eu realizo aquilo que Deus está realizando. É literalmente um trabalho de parceria.

O impressionante é que alguns conseguem entender essa doutrina em relação à salvação, mas não conseguem aplicá-la, por exemplo, na hora do casamento. E o erro acontece porque não sabem em que ordem a doutrina deve ser aplicada.

Misticismo Irresponsável
Alguns colocam, na hora de escolher o cônjuge, a soberania de Deus em primeiro lugar e agem de forma extremamente mística. A anulação da “responsabilidade do homem”, nesse caso, faz com que lancem para Deus a escolha do(a) parceiro(a), pedindo que ele exerça sua soberania ao invés de assumir a responsabilidade própria. Inconscientemente, desejamos que Deus fale quem é o escolhido para que assim possamos culpá-lo caso algo dê errado.

Não devemos pedir a Deus para falar coisas que ele nunca disse que falaria. Nunca foi o propósito de Deus nos substituir como agentes morais e tomar decisões em nosso lugar. Seu plano é que sejamos à imagem de seu Filho, o que não significa sermos robôs, mas fazermos escolhas livres e, ao mesmo tempo, escolhas que sejam aquelas que Deus sempre quis.

Podemos ter certeza de que o Espírito Santo que habita em nós sempre nos inspirará a fazer a vontade do Pai. Ao mesmo tempo, precisamos estar atentos à sua voz, o que significa que ele também pode gerar em nós um sinal verde ou vermelho na hora da decisão. O Espírito Santo nunca age como um espírito de adivinhação quanto ao futuro; sua ação é constranger-nos e sensibilizar-nos, comunicando-se, por meio de intuição, com o nosso espírito. Intuição é diferente de adivinhação.

Responsabilidade Rebelde
Outras pessoas fazem o contrário: acertam na ordem, colocando a “responsabilidade do homem” em primeiro lugar, mas infelizmente possuem um coração rebelde e insubmisso. Anulam a “soberania de Deus” em sua mente e fazem escolhas baseadas em uma vida sem relacionamento com Senhor. São o tipo de pessoa que não dialoga com Deus. Muitas vezes, com medo de que ele diga “não”, fecham-se em suas decisões e apenas pedem para ele “abençoar o que elas já estão fazendo”.

Nesse caso, devemos ter consciência de que Deus nos ama e não quer o nosso mal. Podemos conversar com o Senhor sobre nossos sonhos, desejos e vontades. Na verdade, esse é o ponto alto do desejo de Deus: que sejamos seus amigos e companheiros. O medo nunca deve estar presente na hora da escolha de um cônjuge. A melhor decisão só poderá ser tomada quando estivermos seguros nos braços do Pai, porque é só nessa posição que temos suficiente lucidez para decidir sobre qualquer coisa. E lembre: sou eu que escolho o cônjuge que Deus já escolheu para mim, mas só poderei saber quem Deus escolheu depois que eu escolher.

Antes da Escolha
Watchman Nee costumava dizer: “Abra bem os olhos antes de se casar e feche bem os olhos depois!” Isso quer dizer que, antes do casamento, devemos considerar a nossa responsabilidade de escolha, mas que, após a escolha do cônjuge – após o casamento –, devemos descansar na soberania de Deus. Na prática, porém, como essa escolha deve acontecer?

Sendo a decisão do casamento uma responsabilidade humana, nós sempre precisaremos entender os valores fundamentais do Reino e considerá-los na hora da escolha. Em 1 Tessalonicenses 5.23, lemos que o ser humano é constituído de espírito, alma e corpo. O fato de o autor definir uma ordem específica de nossa constituição nos dá uma indicativa dos três aspectos que devem ser considerados e a sua ordem de importância.

Por ser o primeiro a ser citado, o espírito deve ser o fator de maior relevância na escolha. Isso implica considerar, antes de tudo, se a pessoa é regenerada ou não. Casamento entre crente e não crente sempre resulta em muito sofrimento. Em segundo lugar, é preciso considerar a identidade espiritual e o chamado do pretendente. Os chamados sempre precisam ser complementares. A pergunta básica a ser feita é: “eu me sentiria realizado e glorificaria a Deus desenvolvendo minha vida devocional e ministerial com esta pessoa?”

Já a alma, que aparece em segundo lugar, também tem elementos de extrema importância a serem considerados. Personalidade, cultura, gostos e visão de mundo devem ser compatíveis. Embora seja impossível encontrar alguém idêntico nesse sentido, quanto mais semelhante, melhor será a convivência e mais prazerosa a vida a dois. Precisamos lembrar que casamento é para a vida toda. Escolher uma esposa ou um marido também é escolher um amigo(a) e companheiro(a) para todas as horas do resto de sua vida. A pergunta básica, nesse caso, é: “eu conseguiria passar o resto da minha conversando com esta pessoa?”

Por estar em terceiro lugar, o corpo deve ser o último a ser considerado. Mas não significa que deve ser desconsiderado. O mundo hoje impõe um padrão físico específico e chama isso de “beleza”. Mas, para nós, não deve ser assim. Devemos estar livres desse tipo de ditadura e procurar enxergar a beleza (física mesmo!). Nesse momento, a pergunta que devemos fazer é: “a beleza desta pessoa me atrai?”

Depois da escolha
Já no casamento, principalmente nos primeiros anos, é comum os casais passarem por dificuldades. A convivência torna os defeitos maiores, responsabilidades novas aparecem, e tudo isso sempre faz os casais se questionarem se não fizeram uma escolha errada.

Após o casamento, a soberania de Deus deve ocupar a mente da esposa e do marido toda vez que eles se lembram da decisão que tomaram um para o outro. É possível dizer, quando alguém está escolhendo o cônjuge, que a escolha está sendo feita de maneira errada. Mas, após o casamento, não se pode mais dizer o mesmo. Devemos lembrar que Deus sempre esteve agindo nas decisões para levar-nos ao amadurecimento.

O Senhor, de fato, tem poder suficiente para redimir os nossos erros e fracassos. Os problemas do casamento não devem nunca ser encarados como resultantes de uma má escolha, mas como meios da graça pela qual Deus soberanamente nos trata para conformar-nos à imagem de Cristo.


http://www.revistaimpacto.com.br/a-responsabilidade-do-homem-e-a-soberania-de-deus-na-escolha-do-conjuge

quinta-feira, 8 de março de 2012

Antes da Escolha



Apesar de não ser um livro que fala necessariamente sobre casamento e escolhas, Coração Selvagem (CPAD), de John Eldredge, é uma obra essencial para o homem que deseja casar-se e está à procura de sua costela. Eldredge, que é conselheiro, palestrante, escritor e faz parte do ministério Focus on the Family, tem a habilidade de escrever e falar diretamente ao coração do homem. Atraente e cheio de ilustrações, inclusive de filmes, seu livro fala sobre três questões: que todo homem é um herói, tem uma missão e precisa ter uma companheira para ajudá-lo e acompanhá-lo na missão.

O problema é que, hoje em dia, tudo está bagunçado. Por não terem uma missão definida, os homens acabam achando que as mulheres são a sua aventura. E trocam a missão da vida pela busca de uma companheira. Por isso, quando, finalmente, conquistam uma mulher, perdem o sentimento de aventura, e o casamento torna-se algo sem sentido. Em onze capítulos, o autor fala sobre hombridade, o que verdadeiramente constitui um homem, sobre feridas, paternidade e, finalmente, sobre a necessidade que todo homem tem de ter “uma donzela para salvar” e “uma aventura para viver”.

Gosto do livro de Eldredge porque ele alerta os homens de que, antes de escolher a companheira, é preciso ter bem claro qual é a sua missão. Afinal, como se escolherá uma ajudadora idônea para uma missão se o homem nem sabe que missão é essa e para onde pretende ir?

Depois de ter escrito para os homens, Eldredge lançou, juntamente com a sua mulher Stasi, o livro Em Busca da Alma Feminina (Editora Thomas Nelson). Na mesma linha de pensamento, o casal trata de aspectos da feminilidade e busca falar ao atual coração ferido das mulheres. Os dois falam sobre a necessidade que toda mulher tem de ser resgatada, de transmitir beleza e, principalmente, de acompanhar um herói numa jornada. Antes de falar sobre escolha, é preciso falar sobre nós mesmos e nossos caminhos. Os dois livros são um verdadeiro tratamento à alma do homem e da mulher, que também precisa ser tratada pelas mãos de Deus antes do casamento.

http://www.revistaimpacto.com.br/ultima-palavra-a-motivacao-correta-para-o-casamento